segunda-feira, 31 de março de 2014

Contos - Vergílio Ferreira

"Uma esplanada sobre o mar"

Este conto fala de uma rapariga bela, loura, olhos claros e bronzeada pelo sol. Esta rapariga encontra-se numa esplanada a observar as ondas enquanto espera por um rapaz pelo qual tinha sido convidada para este lhe revelar algo. Quando este chega, a rapariga nota que ele estava estranho.
Durante a conversa, a rapariga começa a fica impaciente, visto que o rapaz não parava com os rodeios e cada vez se mostrava mais estranho. O rapaz explica-lhe então que há certos momentos nas nossas vidas nos quais dedicamos mais atenção às pequenas coisas. E ele finalmente diz-lhe que um médico lhe tinha dito que ele iria morrer dentro de três meses.








"A estrela"
 A obra fala de um menino, Pedro que tem 7 anos e que olha todas as noites para o céu. Vive com os seus pais numa aldeia.
Numa noite, ele decidiu apanhar uma estrela que era mais "jovem do que as outras" porque brilhava mais. Ele subiu à torre da igreja e apanhou-a. Trouxe a estrela para casa e escondeu-a, sendo o seu segredo. Ele apercebeu-se que a estrela apenas brilhava de noite. Algumas pessoas viram um "buraco" no céu e queriam saber quem era o ladrão.
Numa noite, a mãe descobriu o que tinha feito Pedro e obrigou-o a dizer a verdade a toda a aldeia. Os habitantes decidiram que Pedro deveria voltar a pôr a estrela no seu sítio. Pedro subiu uma escada, colocou a estrela e ela brilhou o que deixou toda a gente feliz, no entanto, Pedro morre quando este tenta descer. A estrela passou a ser a lembrança de Pedro.


"Um dia, à meia-noite, ele viu-a. Era a estrela mais gira do céu, muito viva, e a essa hora passava mesmo por cima da torre. Como é que a não tinham roubado? Ele próprio, Pedro, que era um miúdo, se a quisesse empalmar, 
era só deitar-lhe a mão. Na realidade, não sabia bem para quê. Era bonita, 
no céu preto, gostava de a ter. Talvez depois a pusesse no quarto, talvez a 
trouxesse ao peito. E daí, se calhar, talvez a viesse a dar à mãe para 
enfeitar o cabelo... Devia-lhe ficar bem, no cabelo."


O conto fala de um senhor, Silvestre, que é viúvo e sem filhos e que vive numa vila onde todos se aproveitam da sua boa vontade. Num dia, ele discute com um senhor de uma loja, o Ramos, que o trata por "inócuo" (palavra que tinha lido num panfleto.)
A palavra começa-se a espalhar pela freguesia de diferentes maneiras. (começa por significar vadio e depois bêbado.) Mais tarde, quando um vendedor de drogas que era vigarista aparece na aldeia, a palavra ganha o sentido de trampolineiro os e, quando há uma assassinato na aldeia, a palavra já significa assassino.
A palavra transforma-se num insulto, chegando ao Perdigão dos Cabritos e, a um cabeleireiro que chegou à vila, tendo novos significados como parricida, , pederasta e escroque.


Quando começaram a ser julgadas as primeiras queixas no tribunal da vila contra a palavra, o juiz, sabendo o verdadeiro significado da palavra, fica estupefacto.
´





Vergílio Ferreira

Nasceu em Melo, no concelho de Gouveia, em Janeiro de 1916, filho de António Augusto Ferreira e de Josefa Ferreira. A ausência dos pais, emigrados nos Estados Unidos, marcou toda a sua infância e juventude.
Era filósofo, escritor,ensaísta,romancistae professor. Contudo, foi à escrita que mais se dedicou. As suas obram transmitem uma preocupação com a vida e a cultura. 

1943 O caminho fica longe
1949 Mudança
1954 Manhã Submersa
1959 Aparição
1976 Contos
1996 Cartas a Sandra